Principal porta de entrada para a Copa do Mundo de 2014 no Estado, o Aeroporto Internacional Salgado Filho tenta destravar obras prometidas para agilizar e elevar a capacidade de operação.
Nos próximos dias, deve começar a execução da ampliação dos pátios de estacionamento de aeronaves, que elevará de 25 para 32 as posições de manobras. A medida abrirá mais espaço para embarques e desembarques nos horários mais disputados - começo da manhã e final da tarde.
A ordem de serviço para a empresa vencedora dar a largada na implantação, prevista para 14 meses (com término próximo ao Mundial), foi emitida na segunda-feira passada.
A superintendência regional da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou, em nota, que as obras não deverão gerar impacto no funcionamento do Terminal de Passageiros 1 (TPS1), com capacidade anual de embarques e desembarques de 8 milhões de pessoas.
A estrutura se completa com os 2,5 milhões do TPS2, o antigo aeroporto. Os novos espaços serão instalados na região ao lado do Módulo Operacional Provisório (MOP), em operação desde janeiro de 2012 no TPS1. “Algumas obras serão executadas em período diurno e outras à noite para evitar qualquer tipo de interferência na operacionalidade do aeroporto e consequente impacto ao passageiro”, antecipou a direção.
Nos próximos meses, o maior terminal deve ganhar nova sala de desembarque, com capacidade para 1,2 milhão de usuários. Está em andamento pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC), sistema criado pelo governo federal para abreviar os rituais e prazos das licitações públicas, a concorrência para instalar a segunda sala de desembarque do TPS1.
A nova área, que será temporária, ocupará espaço de 600 metros quadrados no térreo do terminal, na posição onde se situa o módulo provisório. Na área, estão os balcões de check-in da TAM e a segunda área de processamento de embarque. Na nota, a direção regional da Infraero informou, ainda, que a estimativa de custo é de R$ 1,7 milhão, que poderá sofrer mudança com a finalização da disputa.
A entrega de propostas pelas empresas inscritas será hoje. A vencedora terá cinco meses para montar a sala após a ordem de serviço. A largada das obras gera expectativa em especialistas e dirigentes estaduais ligados à atração de empresas e melhoria de infraestrutura local.
“É preciso resolver o quanto antes essa estrutura”, opina o professor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Pucrs, Enio Dexheimer, que lamenta a demora na execução das melhorias do aeroporto.
“São obras básicas: pista maior, pátio de manobras e maior capacidade de acomodação no terminal de passageiros”, elenca Dexheimer, antevendo que muitas deficiências não serão resolvidas até a Copa.
Além dos projetos previstos para este ano e que ainda não estão em vigor, a instalação dos novos equipamentos anti-neblina, que está na etapa final, é uma das raras exceções. A outra é o aeromóvel, que conectará o TPS1 à estação da Trensurb. O primeiro veículo do novo transporte, que percorrerá um quilômetro, chegará em 3 de abril.
Segundo a Trensurb, 90% das obras estão concluídas. A ampliação da pista, de 2,2 mil metros para 3,1 mil metros, foi suprimida, em fim de 2012, da Matriz de Responsabilidades do Mundial. A única contratação para o projeto é a elaboração e execução dos programas ambientais, com RDC em andamento.
O diretor de Infraestrutura e Energias da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marco Aurelio Franceschi, que foi superintendente do Salgado Filho entre 2003 e 2009, assinala que a demora não tem afetado a atração de empresas de fora, mas lembra que a cada rodada com investidores é feita a mesma promessa. “Vai ter pista e terminal de passageiros maiores e terminal de cargas”, indica.
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