20/09/2016
Correio do Povo
Rural | Pág. 14
Clipado em 20/09/2016 01:09:39
EXPORTAÇÕES
Soja favorece alta no desempenho do RS
Grão é o principal responsável pelo crescimento da receita, superior aomesmo período de 2015

Em um ano de crise no mercado interno, as exportações do agronegócio gaúcho devem se encerrar 2016 com um crescimento de 3%, apontam economistas. Desde a metade do ano, as operações de comércio exterior do segmento ultrapassam 70% do total exportado pelo Estado – no ano passado, a média de participação do agronegócio nas exportações gaúchas foi de 66%. O impulso principal foi dado pela valorização da soja. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, lembra que, em agosto do ano passado, a oleaginosa era comercializada a 386 dólares a tonelada. Um ano depois, chegou a 429 dólares.

“Este é o grande diferencial observado no Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio, que divulgamos neste mês. As exportações de agosto deram um salto de 15,8% porque o preço do grão está muito melhor”, afirma. Conforme o relatório da Assessoria Econômica da Farsul, o Estado exportou em agosto 1,275 bilhão de dólares. De janeiro a agosto, as operações chegaram a 7,9 bilhões de dólares, aumento de 0,87% na comparação com 2015. Foi a primeira vez que 2016 superou o ano passado no acumulado. O coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE), Rodrigo Feix, acredita que nos meses que faltam para terminar 2016, principalmente setembro e outubro, o saldo das exportações deve continuar positivo, o que levaria o Estado a um resultado final ligeiramente maior que o de 2015.

“A entrada da safra da soja é que melhorou os indicadores de exportação. De janeiro a julho, os índices foram inferiores aos do ano passado. Com a entrada de mais alguma coisa da safra do grão podemos chegar ao final do ano com crescimento sim, mas não maior que 5%”, destaca. A possibilidade de que bons resultados se confirmem nos próximos meses é considerada pelo diretor superintendente da CCGL, empresa que administra o Complexo Termasa/Tergrasa do Porto de Rio Grande. Guillermo Dawson Júnior aponta que cerca de 8 milhões de toneladas de soja já passaram pelos terminais do Porto, quantidade menor que a do ano passado. “Muitas cidades do Interior ainda têm soja armazenada que já poderia estar sendo embarcada, mas talvez o produtor esteja aguardando por uma acomodação de preços”, acredita.