O Brexit impacta diretamente a exportação do Rio Grande do Sul para o Reino Unido e indiretamente a exportação à União Europeia (UE). A avaliação é dos pesquisadores em relações internacionais Bruno Mariotto Jubran e em economia Alessandro Donadio Miebach, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), no artigo “O que esperar do Brexit?”, publicado na Carta de Conjuntura de agosto. Em 2015, as exportações gaúchas para a União Europeia totalizaram 2,5 bilhões de dólares (14,5% do valor total vendido pelo Estado).
Deste total, 93,8% corresponderam a produtos da indústria de transformação e 5,9% agricultura e pecuária, mantendo-se o padrão observado na série história de exportações iniciada em 2007. A venda ao Reino Unido comportase de forma idêntica às exportações para a UE, com elevada concentração de produtos da indústria de transformação. Em 2015, o Reino Unido respondeu por 7,8% das exportações industriais para a UE. Nos últimos anos, os principais itens exportados para a região são de abate e produtos de carne, fumo processado, calçados e móveis.
Segundo Jubran, países mais protecionistas como França, Espanha e Irlanda deverão aumentar a influência no bloco. “Os neg o c i a d o r e s e u r o p e u s direcionarão suas atenções ao Brexit, e as demais negociações comerciais perderão prioridade, inclusive o acordo com o Mercosul”, explicou. No plebiscito sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, a campanha pela saída foi vitoriosa.
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