16/08/2017
Correio do Povo
Economia | Pág. 9
Clipado em 16/08/2017 03:08:01
RECESSÃO
FEE analisa saída para crise
Complexidades tanto na conjuntura quanto na estrutura foram avaliadas por economistas

Comparados com os últimos três anos, desde 1901, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul são os menores registrados, segundo apurou a Fundação de Economia e Estatística (FEE). As complexidades conjunturais e estruturais são diversas e exigem geração de informação e análise. Assim, o diretor técnico da FEE, Martinho Lazzari, justificou a importância do painel “A economia gaúcha no contexto da crise”, promovido ontem em comemoração ao dia do economista, ocorrido no último domingo.

Os economistas também debateram com a plateia aspectos da condição econômica do Estado. Jefferson Colombo trouxe o tema “A economia do RS no atual ciclo recessivo: já chegamos ao fundo do poço?”. Colombo fez um exercício para identificar picos e vales recessivos na economia gaúcha, aplicando o algoritmo bry-Boschan e usando o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), divulgado mensalmente para as cinco regiões geográficas e 13 unidades da federação, como indicador complementar ao PIB. O pesquisador mostrou que em 2013 a economia brasileira encontrava-se em expansão, mas a partir do terceiro trimestre, São Paulo foi o primeiro estado a registrar recessão. “Os estados industrializados foram os primeiros a entrar em recessão”, reiterou, acrescentando que o RS registrou crescimento zero em 2014.

Liderau dos Santos Marques Jr. abordou a perspectiva “A saída da crise financeira é disciplina fiscal”. O pesquisador propôs revisitar conceitos vinculados ao ajuste fiscal: “Resumidamente seria a ideia básica de não gastar mais do que o arrecadado e não se endividar indefinidamente”. O tema “RS e a questão regional frente aos dilemas federativos” foi abordado por Tomás Fiori. “Cortar a qualquer custo, passar a régua no orçamento é, na verdade, a atitude mais irresponsável no sentido popular do termo”, concluiu.