Comparados com os últimos três anos, desde 1901, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul são os menores registrados, segundo apurou a Fundação de Economia e Estatística (FEE). As complexidades conjunturais e estruturais são diversas e exigem geração de informação e análise. Assim, o diretor técnico da FEE, Martinho Lazzari, justificou a importância do painel “A economia gaúcha no contexto da crise”, promovido ontem em comemoração ao dia do economista, ocorrido no último domingo.
Os economistas também debateram com a plateia aspectos da condição econômica do Estado. Jefferson Colombo trouxe o tema “A economia do RS no atual ciclo recessivo: já chegamos ao fundo do poço?”. Colombo fez um exercício para identificar picos e vales recessivos na economia gaúcha, aplicando o algoritmo bry-Boschan e usando o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), divulgado mensalmente para as cinco regiões geográficas e 13 unidades da federação, como indicador complementar ao PIB. O pesquisador mostrou que em 2013 a economia brasileira encontrava-se em expansão, mas a partir do terceiro trimestre, São Paulo foi o primeiro estado a registrar recessão. “Os estados industrializados foram os primeiros a entrar em recessão”, reiterou, acrescentando que o RS registrou crescimento zero em 2014.
Liderau dos Santos Marques Jr. abordou a perspectiva “A saída da crise financeira é disciplina fiscal”. O pesquisador propôs revisitar conceitos vinculados ao ajuste fiscal: “Resumidamente seria a ideia básica de não gastar mais do que o arrecadado e não se endividar indefinidamente”. O tema “RS e a questão regional frente aos dilemas federativos” foi abordado por Tomás Fiori. “Cortar a qualquer custo, passar a régua no orçamento é, na verdade, a atitude mais irresponsável no sentido popular do termo”, concluiu.
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