29/09/2016
Diário Gaúcho
A Vida da Gente | Pág. 3
Clipado em 29/09/2016 07:09:35
Para estas funções, há vagas sobrando
Apesar dos altos índices de desemprego, agências da FGTAS/Sine têm centenas de vagas difíceis de serem preenchidas.

Mesmo com o número de desempregados superando os 200 mil na Região Metropolitana, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), há vagas que a maiorias dos trabalhadores dispensa ou não consegue preencher por falta de qualificação. Motorista de caminhão, servente de obras e vendedor pracista são algumas das atividades mais difíceis de serem preenchidas no Rio Grande do Sul, segundo a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS)/ Sine.

O levantamento foi feito pelo órgão a pedido do Diário Gaúcho e leva em conta o fluxo de abertura e fechamento de postos de trabalho no primeiro semestre do ano. São funções em que quase sempre há vagas abertas, mesmo com o alto número de trabalhadores à procura de emprego. A média de salários para as dez funções mais ~eis de serem preenchidas varia de R$ 940,90 a R$ 1.740,46. Atualmente, a FGTAS tem 429 vagas abertas para estas funções no Estado.

De acordo com a coordenadora do Departamento de Relações com o Mercado de Trabalho da FGTAS, Ana Rosa Fischer, o sistema permite que cada oportunidade de emprego fique aberta só por 60 dias. Mas nada impede que as mesmas vagas retornem ao sistema. Funções que exigem esforço físico, deslocamento para outras cidades ou alguma habilidade específica costumam ser as mais difíceis de serem preenchidas. Oportunidades como operador de telemarketing, por exemplo, são quase permanentes no banco de ofertas. - São funções em que o desgaste é muito grande e nas quais os salários, em geral, são baixos - explica Ana.

Alta rotatividade

Gerente comercial em uma funerária da Capital, Núbia Sousa afirma que a rotatividade do call center da empresa chega a 30% para o período de experiência. No dia da visita da reportagem, havia três vagas abertas na sua equipe. A adaptação ao telefone e a alta concentração que a atividade exige são pontos que acabam dificultando que o trabalhador se habitue à função, acredita Núbia. A atividade, que consiste em vender planos funerários por telefone, tem carga horária de seis horas, com intervalo de dez minutos a cada uma hora e meia. No local, o salário é de R$ 1.109, mais comissões. - Não é tão difícil vender nosso produto, faz parte da necessidade de qualquer família. Quando o funcionário entende bem essa necessidade, vende bem. E quando existe grosseria (por parte dos clientes), os operadores sabem que não é pessoal - salienta Núbia.

AS DEZ FUNÇÕES MAIS DIFÍCEIS DE SEREM PREENCHIDAS (ver imagem)