São Leopoldo - Quem olha a lista de oportunidades na porta do Rindação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/ Sine), de São Leopoldo, como Lauri Antônio, 56 anos, que é caldeireiro, chega quase sempre a mesma constatação: a situação está complexa. "Estou procurando na minha área mesmo por trabalhar nisso há tempos. Mas não está fácil.
Realmente parece que cada vez mais as oportunidades estão distantes do trabalhador." Na verdade, vagas estão sendo criadas, mas a confirmação do emprego está distante. Na cidade, no primeiro semestre de 2017 foram cadastradas 815 vagas pela agência, resultando em 150 colocações confirmadas. No ano passado, no mesmo período, foram 573 vagas captadas e 144 contratações efetivadas.
A existência de mais vagas não significou um número mais elevado de colocações. "No primeiro semestre tivemos cerca de 815 vagas cadastradas pela agência com 150 colocações c on firmadas", ressalta Jesus Belfran Martins de Freitas, coordenador do Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine), voltando a enfatizar que a qualificação é o diferencial.
"Criamos a Comissão Municipal do Emprego e estamos trabalhando na busca da qualificação e na promoção de ações. Nesse sentido, estamos envolvendo entidades e órgãos do governo municipal. Também estamos buscando recursos via Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)." QUALIFICAÇÃO Ele acredita que fazer convênios para cursos de qualificação com ênfase no que o mercado está precisando é a melhor saída. "Não tem outra alternativa:
ou se qualifica ou está fora." E para reforçar o que está acontecendo basta observar as requisições Funde seguro-desemprego, em 2016 foram 4.705 no primeiro semestre. Neste ano, no mesmo período, são 5.400. A qualificação com ênfase nas vagas da indústria pode ser o caminho, pois o setor industrial gaúcho iniciou o segundo semestre com expectativa mais positiva, conforme dados da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), depois de três quedas consecutivas, o Indice de Confiança do Empresário Industrial (ICIE-RS) voltou a subir em julho, 0,5 ponto em relação a junho, e passou para 53,2. E exatamente isso que o vendedor Samuel Régis Quadros, 29 anos, está fazendo. Buscando qualificação.
"Para ampliar horizontes estou cursando Engenharia da Produção."
Incerteza empresarial
'Alguns sinais na economia brasileira, como a geração de emprego formal, juros e inflação declinantes e exportações em ascensão influenciam positivamente, mesmo em um ambiente ainda recessivo e de grande incerteza", afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry. Além da avaliação da Fiergs, na última semana foi divulgado o Indicador Antecedente de Emprego, da Fundação Getulio Vargas (FGV), que avançou 1,5 ponto em julho, alcançando 98,4 pontos, depois de duas quedas consecutivas. Conforme divulgado pela Agência Brasil, ele é calculado em uma escala de zero a 200 pontos, com base na expectativa de consumidores e de empresários da indústria e dos serviços em relação ao mercado de trabalho.
Talento e raciocínio
O desemprego foi um dos assuntos do Fórum Indústria 4.0. A quarta revolução na indústria, alavancada pelos robôs, sensores e tecnologia da informação, promoverá ganho de produtividade, exigindo mais do trabalhador. João Alfredo Delgado, diretor de tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), disse que o profissional do futuro precisa de qualidades como talento e raciocínio. "Vai ter outro tipo de emprego e aí está o problema. Teremos um estoque de pessoas, talvez não qualificadas."
13,8 milhões de pessoas sem emprego
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no País ficou em 13,3% no trimestre encerrado em maio. O contingente de desocupados no Brasil é de 13,8 milhões de pessoas.
PRODUÇÃO
No trimestre, no entanto, o indicador acumula queda de 0,7 ponto. Outro dado também reforça o panorama nacional. Apesar de mostrar estabilidade na média nacional, a produção industrial brasileira cresceu em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre maio e junho.
Painel hoje sobre economia gaúcha no contexto da crise
A Fundação de Economia e Estatística (FEE) promove hoje, a partir das 14 horas, o painel A economia gaúcha no contexto da crise. A ideia é debater a conjuntura e as possíveis saídas para o Rio Grande do Sul no atual cenário. A iniciativa marca o Dia do Economista, comemorado no dia 13 de agosto. O encontro acontecerá no auditório da FEE, localizado na Rua Duque de Caxias, 1.691, Centro, em Porto Alegre.
Novos postos de trabalhos em junho
No mês de junho, o mercado de trabalho brasileiro abriu 9.821 novos postos. Uma variação de 0,03% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o saldo alcançou 67.358 vagas de emprego abertas. No mesmo período do ano passado, o saldo foi negativo, com 531.765 postos de trabalho fechados a mais que abertos.
LEANDRO SCHMIET, 53 anos Artesão Mesmo trabalhando como autónomo vejo que as coisas não estão muito fáceis, ainda assim, procuro melhorar. Gosto do que laço, mas caso haja necessidade é natural que buscarei outras possibilidades.
JUUAN E DE MATTOS, 31 anos Auxiliar de Limpeza • "--"/ É essencial nós nos empenharmos.° mais importante é ter uma boa comu nicação com os nossos chefes, sendo sinceros, acredito que seja a peça chave para manter o emprego.
SÉRGIO HECK 58 anos Aposentado Acredito que as pessoas devam se profissionalizar. Para quem é aposentado, você deve ir além. Se você tem um curso, pode até conseguir um novo emprego.
ANGEUCA RODRIGUES, 28 anos Ma rieure Diante desta crise financeira, venhocriando diversas promoções, atendendo a domicil io, fazendo de tudo para manter o ritmo, sempre procurando melhorar.
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