30/06/2016
Correio do Povo
Economia | Pág. 6
Clipado em 30/06/2016 02:06:05
População desocupada bate recorde
Taxa ficouem 11,2% no trimestre fechado emmaio. Profissionais desempregados são 11,4 milhões

Rio — A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio, revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem pelo IBGE. Em um ano a população desocupada cresceu 40,3%, para 11,4 milhões, frente a igual período de 2015. Esse contingente é o maior já registrado pela pesquisa do IBGE, que começou em 2012. Também representa um acréscimo de 3,3 milhões de pessoas na fila do emprego. O rendimento médio caiu 2,7% frente a igual intervalo do ano passado, para R$ 1.982,00. “Há menos dinheiro do mercado de trabalho circulando. Isso gera redução de gastos, o que pode produzir queda no comércio e na construção. O mercado brasileiro hoje vive nesse ciclo”, acrescentou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O número de empregados com carteira assinada no setor privado recuou 4,2% no trimestre encerrado em maio frente a igual período do ano anterior. Isso significa 1,5 milhão fora do mercado formal. A indústria foi o segmento que mais demitiu. Em comparação com 2015 a queda da população ocupada nessa atividade foi de 10,7% ou 1,415 milhão de pessoas, para 11,752 milhões. “Este número poderia ser ainda maior se fosse considerado o elevado contingente de trabalhadores terceirizados que também foram dispensados”, observou Azeredo.

Em outro levantamento, a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (PED/RMPA) — feita em 7,5 mil domicílios e divulgada ontem por FEE, FGTAS e Dieese — revelou que o desemprego teve leve queda entre abril e maio, passando de 10,5% para 10,2% da População Economicamente Ativa. O total de desempregados em maio foi de 195 mil, menos 3 mil ante abril. A pesquisa mostrou aumento na indústria de transformação, com mais 12 mil ocupados, nos serviços, mais 12 mil, na construção civil, mais 6 mil. Em 12 meses houve recuo de 4,8% no nível ocupacional. Setorialmente o resultado decorreu de redução nos serviços (menos 38 mil ocupados) e no comércio, reparação de veículos e motocicletas (menos 26 mil). Na contramão, o setor da construção civil contratou mais 9 mil. Entre maio de 2015 e maio deste ano o desemprego subiu de 7,8% para 10,2%.