24/09/2016
Correio do Povo
Economia | Pág. 6
Clipado em 24/09/2016 03:09:36
Há menos jovens trabalhando

O número de jovens que apenas estuda aumentou na Região Metropolitana de Porto Alegre. A informação é do primeiro informe especial do sistema Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) produzido no país sobre pessoas entre 16 e 24 anos, apresentado ontem em Porto Alegre durante o mês que marca o Dia da Juventude no Brasil. De maneira geral, os dados ainda mostram redução da população jovem, maior escolarização e maior desemprego.

A conjuntura de crise econômica em 2015 atingiu com severidade os jovens. A taxa de desemprego passou de 14,4% em 2014 para 19,7% em 2015, um aumento de 36,8%, maior elevação para médias anuais desde o ano 2000. O contingente de jovens desempregados foi apresentado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). O estudo considerou o período de 2000 a 2015. A pesquisa buscava a percepção da realidade dos jovens em relação ao mercado de trabalho a partir de fatores demográficos e socioeconômicos.

O perfil demográfico apresentou diminuição do peso relativo dos jovens na população em idade ativa. Desde 2011, por exemplo, há proporcionalmente menos jovens do que pessoas com 60 anos ou mais. Os jovens apresentaram crescimento populacional até 2004, quando a população em idade ativa era de 24,5%. Um ano depois o número diminuiu em 96 mil pessoas e em 2015 o índice era de 16,9%. De 2004 a 2015 a população jovem da Região Metropolitana de Porto Alegre diminuiu em 114 mil pessoas. No mesmo período diminuiu, consequentemente, o número de jovens que trabalham. Em 2000, 70,5% dos jovens trabalhavam enquanto que no ano passado este dado passou para 61,6%.

A ausência desde cedo no mercado de trabalho, porém, pode significar, quando estes jovens só estudam, que estarão mais aptos a concorrer a vagas futuramente, segundo técnicos da fundação. E a proporção com ensino médio completo aumentou no período estudado (34,1% em 2000 para 46,6% em 2015). No ensino superior o aumento também pode ser observado (1,3% para 2,4%). Entre 2014 e 2015, o número de quem só estuda aumentou de 25,9% para 26,8%. No entanto, também cresceu o percentual de jovens que apenas trabalha (de 40,9% para 42,2%). Já redução da desigualdade entre homens e mulheres é o aspecto positivo do estudo. O hiato de desemprego entre gêneros em 2015 foi o menor do período: 2,2%.