Com o impacto positivo das vendas de soja e automóveis, as exportações gaúchas somaram US$ 8,29 bilhões no primeiro semestre, alta de 7,8% no valor em relação a igual período de 2016, conforme levantamento divulgado ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). O avanço foi influenciado pelo volume, que subiu 1,9%, para 11,78 milhões de toneladas, recorde histórico para o período.
Depois de três anos, também houve alta nos preços médios dos produtos, que chegaram a 5,7%. No entanto, o Rio Grande do Sul seguiu na quinta colocação do ranking dos principais exportadores do país, com parcela de 7,7% nos embarques brasileiros.
– Em termos gerais, foi um resultado bastante positivo. Poderia ter sido ainda maior por causa da soja. Há muita quantidade que segue em estoque – ressalta o pesquisador em economia da FEE Tomás Torezani.
O produto gaúcho que gerou o maior crescimento em receitas foi justamente a soja, com aumento de US$ 180,4 milhões em relação ao primeiro semestre de 2016 (mais 9,4% em valor e 9,1% em volume). Em 2017, foram embarcadas 5,6 milhões de toneladas do grão, a maioria para a China, batendo o recorde histórico que havia sido registrado em 2016. Apesar disso, a receita em dólar (US$ 2,09 bilhões) não foi maior do que a de 2014, quando o preço ainda estava em nível muito elevado, antes do fim do boom das commodities.
O levantamento também aponta que as vendas de automóveis tiveram incremento de US$ 162,5 milhões no primeiro semestre – altas de 109,1% em valor e de 125% em volume. No período, foram embarcadas 38,4 mil unidades, o que representa recorde para os primeiros seis meses de um ano, com receita de US$ 311,5 milhões.
Segundo a FEE, 69% das unidades foram destinadas à Argentina, e quase todas as demais, para outros países sul-americanos, como Chile, Uruguai, Colômbia, Peru, Paraguai e Bolívia. Em 2017, o Rio Grande do Sul foi responsável por 9,6% das exportações brasileiras de automóveis, atrás de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro.
– O resultado condiz com a assinatura de acordos automotivos nos últimos anos para vendas a países sul-americanos e também está relacionado às dificuldades no mercado interno – frisa Torezani.
A expansão nos negócios desse segmento aumentou a parcela de participação de mercadorias manufaturados (de 35,9% para 40,4%) nas vendas externas. Os principais destinos dos produtos gaúchos foram China, Argentina e EUA.
Segundo Torezani, a tendência é de que as exportações do Rio Grande do Sul continuem em alta em razão da grande quantidade de soja estocada e da elevação das vendas de automóveis.
GRÁFICOS (ver imagem)
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