Ao contrário dos dois meses anteriores, as exportações gaúchas tiveram retração de 5,1% em julho, informou ontem a Fundação de Economia e Estatística (FEE). Ao todo, o valor exportado foi de 1,734 bilhão de dólares, o que representou retração de 92,1 milhões de dólares na comparação com igual mês em 2015. Em volume a retração foi de 4,4% e os preços médios dos produtos encolheram 0,7%. A soja em grão, principal item da categoria de produtos básicos, teve contribuição decisiva para o resultado e evitou um agravamento na queda das receitas do RS.
O crescimento de 11,9% do preço do grão no mês, mesmo com recuo de 1,5% no volume embarcado, contribuiu para o avanço de 65,9 milhões de dólares (10,2%), atingindo o maior valor exportado para julho. Na prática a soja representou 41,1% de tudo que foi vendido pelo Rio Grande do Sul. Segundo o pesquisador do Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais da FEE, Tomás Torezani, o ponto positivo é que a intensa retração dos preços, que teve início em 2014, começa a apresentar sinais de desaceleração.
“Ainda assim foi a menor receita em dólar para um mês de julho desde 2010”, assinalou. Apesar das retrações nos dados, o RS ganhou participação nas exportações nacionais, passando de 9,9% (2015) para 10,6% (2016). Torezani explica que isso ocorre porque outros estados tiveram retrações maiores no mesmo período. Os produtos manufaturados foram os responsáveis pela redução no valor exportado pelo Estado. A baixa chegou a 20,5% em valor e a 7% em volume.
Produtos básicos e semimanufaturados tiveram crescimento, respectivamente, de 36,1 milhões de dólares e de 9,2 milhões de dólares. O destaque dos produtos básicos foi a alta de 7,8% dos preços de exportação em relação a julho de 2015. Desconsiderando o crescimento do mês passado (de 0,8%), o último aumento verificado nos preços tinha ocorrido em agosto de 2014: 2,3%.
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