08/07/2016
Jornal do Comércio
Economia | Pág. 6
Clipado em 08/07/2016 04:07:26
Pesquisa de emprego volta a ser feita na Região Metropolitana de Porto Alegre

Depois de uma semana sem coleta de dados, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) volta a ser feita nesta sexta-feira em 34 municípios. Intensas negociações entre Ministério do Trabalho e Previdência Social e áreas do governo gaúcho acabaram resolvendo o impasse sobre a garantia de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para custear a realização mensal da PED. Convênio entre a Fundação de Economia e Estatística (FEE) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas) será renovado e assinado às 14h desta sexta-feira na sede da fundação, em Porto Alegre.

Com isso, o ministério voltará a repassar as verbas. O ministério fez exigências sobre a prestação de contas do uso global dos recursos, que abrangem ainda o sistema de intermediação de vagas (Sins), que a FGTAS não teria atendido. A PED recebe R$ 1 milhão ao ano do FAT. A fundação teria preferido não renovar o convênio, ameaçando a continuidade da apuração. O Jornal do Comércio tenta esclarecer a situação com a FGTAS há uma semana, mas a instituição não se manifestou. A FEE coordena a execução e contrata uma empresa que disponibiliza os entrevistadores. São 20 no total. O levantamento foi interrompido em 1 de julho pela Studio, que é a terceirizada, diante da incerteza sobre a manutenção da pesquisa. Os entrevistadores, que já cumpriam aviso-prévio e se desligariam definitivamente nesta sexta-feira, ficaram em casa, à espera da definição. A PED, comandada por um pool de instituições públicas (FGTAS, FEE e Dieese), é feita há 24 anos, nunca havia sido interrompida e é a única que ainda é feita na região, pois o IBGE desativou, em abril, o seu levantamento nas regiões metropolitanas.

A mobilização de entidades e profissionais de pesquisa e de setores ligados a algumas das principais universidades do País (Ufrgs, Unicamp e Pucrs) acabou dando certo. Uma petição on-line conseguiu 1,2 mil assinaturas e foi entregue nesta quarta-feira ao ministro do Trabalho, o gaúcho Ronaldo Nogueira de Oliveira. A direção nacional do Dieese foi à sede da pasta, em Brasília, para reforçar a pressão. "As ações desta semana influenciaram a retomada", ressalta a economista e coordenadora da PED pelo Dieese na RMPA, Virginia Donoso. Segundo ela, o atraso na coleta de dados não vai comprometer a pesquisa sobre o mês de julho. "Os entrevistadores terão um pouco de sobrecarga de trabalho, mas todo mundo vai estar na rua batendo na porta das pessoas", alivia-se Virgínia. Por mês, são 2,5 mil domicílios entrevistados para formar o indicador de desemprego.