A proposta de extinção de seis fundações históricas do Rio Grande do Sul (Zoobotânica, Cientec, Fundação de Eeonomia e Estatística, TVE, Metroplan e Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos), contidas no PL 246/16, rendeu discussões e bate-boca, ontem, entre deputados de oposição e aliados do governador José Ivo Sartori no plenário da Assembleia, apesar dos governistas terem feito o possível para se manterem em silêncio no plenário.
O segundo dia de discussões dos projetos do ajuste fiscal enviado pelo Piratini foi ainda mais tenso do que o ocorrido nas votações da segunda-feira e na madrugada de terça-feira, quando foram aprovadas a extinção da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI)), o projeto que reduziu as atuais 20 secretarias para 17, e a restrição da cedência de servidores da segurança para municípios e prefeituras. O combustível para o clima de enfrentamento em plenário foi a defesa do trabalho científico prestado pelas fundações, que cessará com a aprovação dos projetos.
“Não há como negar a importância e seu significado para o RS destas fundações. Todas são estratégicas”, bradou o deputado Pedro Ruas (PSol). O deputado estadual Gilberto Capoani, líder da bancada do PMDB, respondeu. “Não vamos entrar no jogo da oposição, mas alguém tem que vir aqui para dizer que não aceitamos provocações. Hoje pagamos pela demagogia, pela irresponsabilidade do governo anterior”, disse. A seguir respondeu ao deputado Nelsinho Metalúrgico (PT), que teria falado na ausência de pobres nas discussões: “Não costumo distinguir quem é pobre e rico. mas tem muito milionário defendendo a família riquíssima do Lula”, provocou.
Os partidos de oposição argumentaram também que a extinção das fundações não seria mais necessária com a aprovação pela Câmara dos Deputados, ontem, da renegociação da dívida dos estados. “Apenas um mês do que deixará de ser pago pelo Estado à União é suficiente para manter quase todas as fundações por três anos”, afirmou a deputada Stela Faria (PT). Próximo das 23 horas, após mais de sete horas de discussões, a oposição ainda se revezava na tribuna e nenhum projeto havia ainda sido apreciado. Apenas um requerimento de preferência, proposto pelos governistas, havia sido aprovado.
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