08/06/2017
Jornal VS
Especial | Pág. 3
Clipado em 08/06/2017 05:06:13
Cresce a qualidade de vida
Idese analisa indicadores de renda, saúde e educação no Estado, municípios e Coredes

Analisar a renda, saúde e educação para medir a aplicação das políticas públicas na busca do desenvolvimento. É o que fez a Fundação de Economia e Estatística (FEE), ao revelar ontem o índice de Desenvolvimento Socioeco-nômico (Idese) do Rio Grande do Sul, Municípios, microrregiões e Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredas). Relativo ao ano de 2014, o estudo mostrou que o Estado teve crescimento de 1,4%, se comparado a 2013. Para a análise, a referência são aspectos quantitativos e qualitativos do processo de desenvolvimento tendo como metodologia de cálculo 12 critérios, divididos em três blocos: Renda, Educação e Saúde.

Para chegar ao indicador, é considerada a demarcação dos níveis em Alto (maior ou igual a 0,800), Médio (entre 0,500 e 0,799) e Baixo (abaixo de 0,499). Desta forma, o crescimento gaúcho em 2014 pode ser considerado apenas mediano, tendo ficado na marca de 0,757. Em 2013, havia sido de 0,747. Já no acumulado desde o ano de 2007, quando a série histórica começou a ser feita, o resultado gaúcho ficou em 8,5%, alta aproximada de 1,2% ao ano. "O crescimento é contínuo, paulatino, constante, sem grandes sobressaltos", explicou o economista Thomas Kang, que apresentou o estudo.

MUNICÍPIOS

Entre os municípios, o primeiro lugar no Idese 2014 foi Carlos Barbosa (0,892) pelo quinto ano consecutivo. Já entre as 20 cidades com mais de 100 mil habitantes, a primeira colocada é Bento Gonçalves (0,846). Neste grupo, estão seis municípios da região: Cachoeirinha (7º/0,764), Novo Hamburgo (9º/0,756), Gravataí (12°/0,726), São Leopoldo (13°/0,721), Canoas (15'2/0,705) e Sapucaia do Sul (17 /0,686).

O que é e a metodologia do Idese

- O Idem é um indicador-síntese que temo propósito de mensurar o nível de desenvolvimento dos municípios do Rio Grande do Sul.O objetivo é avaliar e acompanhara evolução dos indicadores socioeconômicos dos municípios gaúchos, bem como fornecer informações para o desenho de políticas públicas específicas, de acordo comas necessidades municipais;

- O Idese é composto por 12 indicadores, divididos em três blocos: Educação, Renda e Saúde; O Bloco Educação utiliza cinco indicadores, que se dividem em quatro sub-blocos, de acordo com faixas etárias: população entre quatro e cinco anos (pré-escola); população entre seis e 14 anos (ensino fundamental); população entre 15 e 17 anos (ensino médio); e população com 18 anos ou mais (escolaridade adulta).

- O índice final do Bloco Educação é a média aritmética dos índices desses sub-blocos. 1 O Bloco Renda é composto por dois sub-blocos, que analisam a renda por duas óticas distintas: apropriação de renda; e geração de renda. Cada sub-bloco contém apenas um indicador. O índice final do Bloco Renda é a média aritmética de seus sub-blocos;

- O Bloco Saúde utiliza cinco indicadores, que são divididos em três sub-blocos: (3.1) saúde materno-infantil; (3.2) condições gerais de saúde; e (3.3) longevidade. O índice final do Bloco Saúde é a média aritmética dos índices desses sub-blocos. No primeiro sub-bloco, estão inseridos dois indicadores: (3.1.1) taxa de mortalidade de menores de cinco anos; e (3.1.2) números de consultas pré-natais por nascidos vivos.

- O segundo sub-bloco, condições gerais de saúde, é constituído, por sua vez, pelos indicadores: (3.2.1) taxa de mortalidade por causas evitáveis; e (3.2.2) proporção de óbitos por causas mal definidas. O indicador (3.3.1) taxa de mortalidade bruta padronizada completa o Bloco Saúde, ao formar o sub-bloco longevidade.

NO COREDE

Na análise dos 28 Coredes do RS, o do Vale do Sinos teve pontuação de 0,735, ficando apenas no 19° lugar na tabela. Mesmo sendo o 11° no ranking do Bloco Renda, com 0,735, a proporcionalidade despencou em Saúde (25°I0,790) e Educação (23°/0,680). "Revela que possivelmente as políticas públicas no Vale do Sinos e vários dos seus municípios não estão atingindo toda a população. Ou seja, mesmo que se gere renda, por conta da sua tradicional estrutura da riqueza que se produz não se tolete em certas políticas públicas como saúde e educação, que é o que de fato importa na vida das pessoas", analisou Kang.

ESTEIO

Entre os municípios da região, Esteio é a cidade com a melhor colocação no Idese. Para o preceito Leonardo Pascoal, o índice reforça uma tendência que já era verificada nos últimos anos. "A principal explicação para a posição é a boa renda per capita da cidade", analisa. O prefeito comemora o resultado da educação, mas salienta que o municipio precisa avançar. "Temos uma rede municipal muito bem estruturada, mas queremos melhorar a qualidade do ensino" Na saúde, o programa Esteio por Mais Saúde, lançado terça-feira, deve contratar consultas e exames, entre outras ações. "Precisamos de mais agilidade e resolutividade"

COMPARATIVO

Na comparação com outros 19 municípios com mais de 100 mil habitantes no Estado, São Leopoldo ocupa a 13ª posição. Guando analisadas todas cidades, São Leopoldo caiu da 304ª posição, em 2013, para a 330°, no Idese de 2014, divulgado ontem.° Município perdeu posições no ranking de saúde e educação, mas subiu no ranking de renda. Sapucaia do Sul ficou em 17° na lista de 20 municípios, à tente de Alvorada, Mamão e Uruguaiana. Capela de Santana é a pior colocada entre cidades da região, embora lidere o ranking de saúde. Portão, destaque em saúde e educação, é a segunda melhor colocada da região, 244° no ranking geral.

Educação foi a maior alta no Estado

Numa lupa sobre o desenvolvimento gaúcho nos blocos Educação, Renda e Saúde, o Idese 2014 mostrou que a Educação teve o maior aumento, com 0,697 em 2014 (2,6% em relação a 2013). Destaque para o indicador da pré-escola (faixa etária de quatro a cinco anos de idade) que de 0,527 em 2007 atingiu 0,741 em 2014. "A provável explicação para esse crescimento é o recente foco das políticas na área da educação infantil", ressaltou Thomas Kang. O Bloco Renda atingiu 0,763 em 2014, aumento de 1,3% em relação ao ano anterior (0,753). O índice analisa a apropriação de renda (renda domiciliar per capita média) e a geração de renda (Produto Interno Bruto — PIB per capita), sendo o índice final do Bloco Renda a média aritmética dos dois subblocos.

A apropriação de renda passou de 0,779 em 2013 para 0,801 em 2014, e a geração de renda apresentou ligeira queda, resultado das condições das economias gaúcha e brasileira (0,726 em 2013, 0,724 em 2014). Já o Bloco Saúde, que em 2013 tinha registrado índice de 0,809, passou para 0,813 em 2014, uma tendência constante de elevação. Desde 2007, o crescimento acumulado foi de 2,7%. "A maioria dos indicadores do Bloco Saúde refere-se à mortalidade. Essas estatísticas, geralmente favoráveis para o RS, explicam o seu bom desempenho. De um ano para o outro, não se espera que haja grandes variações, já que muitos indicadores são obtidos por meio de médias trienais."