Apesar da redução do número de desempregados, a taxa que mede o indicador na Grande Porto Alegre se manteve em 10,8% em março. Havia 197 mil desempregados na Região Metropolitana no mês passado – mil a menos do que em fevereiro, de acordo com dados divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) em parceria com a FGTAS e o Dieese.
A manutenção da taxa de desemprego é explicada pela redução da população economicamente ativa, já que 12 mil pessoas deixaram de buscar vagas no mercado de trabalho, em março. Como a queda no número de ocupados foi menor, com 11 mil empregados a menos, o nível de desemprego permaneceu igual entre o segundo e terceiro mês do ano.
– É o quinto mês de queda da ocupação, embora a taxa se mantenha relativamente estável, só acontece porque tem uma redução muito grande da PEA (população economicamente ativa) – explica Virgínia Donoso, economista do Dieese.
Entre as áreas que mais contrataram em março estão os setores de veículos automotores e motocicletas (12 mil) e construção civil (6 mil). Na contramão, estão os serviços (redução de 24 mil) e a indústria de transformação (menos 7 mil).
RENDIMENTO CRESCEU SÓ PARA AUTÔNOMOS
Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, o cenário econômico indica difícil recuperação do mercado de trabalho. Tanto o setor público como o privado registraram queda de ocupação e os rendimentos também recuaram. A pesquisa indicou redução do número de assalariados – 28 mil, ao todo. Na iniciativa privada, houve diminuição de 19 mil trabalhadores com carteira assinada e de 6 mil sem carteira. Entre os autônomos, no entanto, houve aumento de 17 mil. Empregados domésticos também tiveram balanço positivo em março, com o aumento de 2 mil.
O rendimento médio caiu 2% para os ocupados (R$ 1.841) e 3% para os assalariados (R$ 1.840) na comparação entre fevereiro e janeiro. Os trabalhadores autônomos tiveram crescimento de 1,4% da renda, para R$ 1.635.
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