Como vai a vida na sua cidade? A Fundação de Economia e Estatística responde a essa pergunta em números. A FEE apresentou esta semana o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico, com dados de 2015. O Idese do Rio Grande do Sul caiu 0,8% - a primeira queda registrada na série histórica estadual, iniciada em 2007. O índice é composto por 12 indicadores, divididos em três blocos - educação, renda e saúde. Os três municípios do Corede Vale do Taquari com melhor colocação são Westfália, Imigrante e Lajeado. Na outra ponta da tabela, estão Taquari, Paverama e Sério.
Conforme pesquisador em estatística e coordenador do Núcleo de Indicadores Sociais da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Rafael Bernardini Santos, o município de Westfália teve o número elevado em 0,4% de 2014 para 2015, passando de 0,813 para 0,817. O destaque fica por conta do bom desempenho do bloco de saúde, que apresentou uma elevação de 2,7%. O prefeito de Westfália, Otávio Landmeier, afirma que a posição do município é motivo de satisfação. “É importante ressaltar que temos uma boa educação, bom atendimento na saúde e renda baseada nas pequenas propriedades agrícolas e setores industrial, metalomecânico e panificação”, comemora. Mesmo assim, ele pensa que é preciso sempre melhorar. “Estamos em busca de uma creche municipal, pois hoje temos uma comunitária. A preocupação é de que não faltem vagas”, explica.
Entre os municípios que ficaram nas últimas colocações na região, Taquari teve seu Idese reduzido em 3,9%, caindo de 0,741 em 2014 para 0,712 em 2015, reflexo da diminuição em todos os parâmetros avaliados nos blocos do índice. No final da lista também estão Paverama, que caiu na questão da renda, e, por último Sério, com declínio motivado pelos blocos de renda e saúde.
Indicadores
O Idese é composto por 12 indicadores, divididos em três blocos - educação, renda e saúde. Avalia a situação socioeconômica do Estado e municípios gaúchos quanto à educação, à renda e à saúde, considerando aspectos quantitativos e qualitativos do processo de desenvolvimento, e fornecendo informações para o desenho de políticas públicas específicas, de acordo com as necessidades estaduais, municipais ou da região avaliada.
Oportunidades
Segundo colocado na lista do Vale, empatado com Imigrante, Lajeado teve seu índice reduzido em 2,1% de 2014 para 2015, caindo de 0,830 para 0,813. A motivação foi, principalmente, a queda no bloco de renda, que retrocedeu 4,6%, com índice reduzindo-se de 0,833, em 2014, para 0,795, em 2015.
O prefeito de Lajeado frisa que o Idese referese ao ano base 2015, portanto tem como base os dados colhidos há três anos. “Mas, como qualquer índice, ele nos serve como parâmetro para avaliação das nossas políticas públicas. Apesar de Lajeado ter mantido sua posição no nosso Vale e seguir, na classificação geral, estando entre um dos 10% melhores municípios gaúchos, infelizmente regredimos com relação a 2014. É a primeira vez, nos últimos cinco anos, que o município não está entre os 30 melhores municípios gaúchos. Nos indicadores específicos, notamos uma piora em todos eles”, explica. Ainda segundo ele, os números devem ser vistos como oportunidades. “Cada vez que sai um índice destes é importante pararmos para avaliar justamente para que possamos agir e melhorar. Lajeado, pelo seu potencial, pode mais. E é para isto que estamos trabalhando desde o início de 2017”, completa.
Primeira queda gaúcha
O Idese do Rio Grande do Sul atingiu a marca de 0,751 em 2015 - queda de 0,8% ante o ano anterior. Apesar do pequeno aumento dos índices dos blocos saúde (0,5%) e educação (0,2%), a queda foi influenciada pela diminuição da renda (-3,1%). O RS fica em nível médio de desenvolvimento, considerando a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (menos de 0,499). O bloco educação, praticamente estável, variou de 0,697 em 2014 para 0,698 em 2015. O maior crescimento ocorreu no desempenho das crianças do Ensino Fundamental nos testes padronizados, mas a queda na taxa de matrícula no Médio impediu uma elevação mais robusta desse índice, no bloco como um todo. O de renda fechou em 0,739 em 2015, queda que fez o índice retornar a patamares próximos aos de 2012. Em particular, na geração de renda, um dos componentes do bloco, registrou 0,709. Esse resultado é menor do que o de 2011 (0,710). Os indicadores da saúde apresentam comportamento relativamente estável, mas foi o bloco que apresentou maior elevação (0,5%), passando de 0,813 para 0,817. O motivo foi o aumento do índice de consultas pré-natal, que passou de 0,720 em 2014 para 0,730 em 2015.
Municípios
Os dados revelam ainda que 68 municípios obtiveram índice acima de 0,800 em 2015, sendo considerados como de alto desenvolvimento socioeconômico. É uma queda ante 2014, quando mais de 90 cidades compunham o estrato superior. O primeiro continua sendo Carlos Barbosa (0,879 em 2015), localizado no Corede Serra. Em seguida vem Água Santa, no Corede Nordeste, com 0,873. Nova Araçá, situado no Corede Serra, apresentou índice de 0,865, em aparece em terceiro. Para o estatístico Rafael Bernardini, não há grandes surpresas nesses resultados, uma vez que a classificação segue padrão já conhecido acerca do desenvolvimento no RS. “Os municípios das áreas de colonização em pequenas propriedades, localizados, em sua maioria, no Norte e no Nordeste do Estado, apresentam indicadores mais altos de desenvolvimento”, explica. Depois de Carlos Barbosa, Água Santa e Nova Araçá, os municípios mais bem colocados no Idese são, respectivamente Aratiba, Nova Bassano, Veranópolis, Ipiranga do Sul, Garibaldi, Paraí, Bozano.
Dentre as 20 cidades gaúchas com mais de cem mil habitantes, apenas cinco apresentaram índices de alto desenvolvimento em 2015: Bento Gonçalves (0,831), Porto Alegre (0,816), Erechim (0,811), Santa Cruz do Sul (0,809) e Caxias do Sul (0,801). A última colocação no ranking dos municípios com mais de cem mil habitantes ficou novamente com Alvorada (0,571), que também ficou em penúltimo lugar entre todas as cidades do Estado.
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