A economia gaúcha mostrou recuperação no primeiro semestre deste ano. A FEE (Fundação de Economia e Estatística) divulgou ontem os resultados que significam uma alta de 2,1% no semestre no Rio Grande do Sul, comparado ao mesmo período do ano passado. O índice é melhor que o do Brasil, que teve crescimento nulo no segundo semestre. No RS, o empuxo foi dado pela agropecuária, com variação de 11,7% (destaque para a soja: 15,7%). A taxa positiva do Estado foi ajudada pela revisão dos dados da agricultura do primeiro trimestre, causada pelas novas estimativas de safras.
Quando divulgada, em junho, estava negativa. Após a revisão, o índice ficou positivo em 1,5%. Acompanharam o bom momento a indústria de transformação, com alta de 1,9% (liderada pelo processamento do fumo, com 40,2%) e o comércio, que subiu 1,3%, ancorado na recuperação da comercialização de veículos (15,7%). O coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha, listou fatores que ajudaram o comércio a se recuperar no segundo trimestre: queda da inflação, saques dos saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e melhoria do emprego.
Desafios
Há uma forte expectativa, agora, sobre como a economia gaúcha se comportará no segundo semestre. Isso porque não poderá contar mais com a impulsão da agropecuária, já que as principais safras passaram. Esse panorama é especialmente diferenciado no terceiro trimestre, quando a indústria costuma ser o personagem principal. “Agora vai cair, mas vamos ver até que ponto”, afirma Rocha. Se o terceiro semestre é da indústria, o quarto será do comércio. Para Rocha, o rumo para cima será mantido se as condições de emprego continuarem melhorando, a taxa de juros seguir em queda e a inflação, também recuando. “Isso pode vir a manter o desempenho do comércio, garantindo que não volte a piorar.” Uma ajudinha extra poderá vir com a safra de trigo, isolada lá no final do ano.
O que levanta a cautela com os próximos meses são os setores que sofreram perdas. A construção civil, por exemplo, registrou queda de 5,8% no semestre. Também houve crescimento zero dos outros serviços ao longo de 2017, aponta Rocha. Uma notícia otimista para o governo do Estado é o aumento da arrecadação de impostos. Segundo a FEE, os impostos líquidos subiram 3,4%. Como comparação, no Brasil esse mesmo índice alcançou alta de somente 0,1%.
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