Duzentos e oito dias. Esta é a média de tempo que os desempregados da região metropolitana levam na busca por um emprego, 65 a mais que no mesmo período de 2014.0 dado é da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). A Fundação de Economia e Estatística (FEE), que elaborou o estudo, ainda apontou que subiu o número de pessoas sem emprego por mais de um ano. No primeiro semestre de 2015, a participação foi de 5,0% e, em igual período de 2016, subiu para 7,7%. Outro dado que também cresceu foi o volume de desempregados por semestres. Chegaram a 197 mil no primeiro semestre deste ano, 35,4% maior que em 2015 quando eram 145 mil ou em comparação com 2014, que registrou 112 mil nos primeiros seis meses do ano.
Em busca de uma nova oportunidade
As ex-colegas Camila Senna, 28 anos, e Carini Fornari, 29, estão sem trabalho há apenas um dia, mas preocupadas. Esperam conseguir uma vaga até o fim do pagamento das parcelas do seguro-desemprego. "Sei que está complicado, já fomos a quatro agências e não encontramos vaga que interessasse", comenta Cariei, que é técnica em enfermagem, mas procura emprego na área administrativa. Enquanto não conseguem, elas trabalham com vendas, de maneira autônoma, segundo Camila, que é estudante de Administração.
SINAIS DE ALERTA
Mesmo para quem tem curso superior, a espera por um emprego também pode ser longa, segundo o pesquisador da FEE André Luiz Chaves. O resultado da pesquisa serve de alerta, conforme o Chaves, que lembra dados do fim da década de 90, em que o tempo médio de procura por ocupação era 2,5 anos. Para ele, medidas econômicas austeras para conter o déficit público podem agravar o cenário. "Pode forçar a taxa de desemprego, tomar maior o período de procura de emprego:'
INFORMALIDADE
Desde setembro do ano passado, a diminuição das vagas e o aumento de candidatos ficou mais evidente, segundo a atendente da agência do Sine em Canoas Adriana Schmidt "Antes as pessoas saiam de um emprego e já conseguiam outro. Agora ficam mais tempo desempregadas e também ouvimos muitos relatos dos que migram para o mercado informal", analisa Adriana. Ela aponta que vagas com jornada aos fins de semana têm menor procura ou não são fechadas.
População desempregada (Ver imagem)
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