Sábado de manhã a Livraria Athena, na Rua Alberto Pasqualini, teve sessão de autógrafos com o jornalista independente Políbio Adolfo Braga, 71 anos, autor de "Cabo de Guerra". A personagem principal do livro, a ex-governadora Yeda Crisius (PSDB), fez questão de comparecer pessoalmente ao lançamento da obra.
Também estiveram presentes apoiadores de Yeda, militantes do PSDB, o deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB), o vereador reeleito Admar Pozzobom, o ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais e vereador a partir de janeiro Tenente-Coronel Vargas e o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria Paulo Jorge Sarkis.
"Esse livro é uma carta de alforria para ele (Políbio), que ficou cinco anos pesquisando e escrevendo, e para mim", comentou Yeda, relacionando o fato de a obra ter chegado a sua casa no Dia Sete de Setembro.
"Não paguei um pila para ele", fez questão de ressaltar a independência do jornalista. Para Políbio, "Cabo de Guerra" ajuda a restaurar a verdade de um momento histórico vivido na política sul-riograndense. O autor argumenta que a obra mostra o enfrentamento político do "Eixo do Mal", composto por forças de oposição à ex-governadora, incluindo partidos políticos, a mídia e outras instituições, com Yeda.
Refugiado na internet, Políbio diz que se não fosse a rede mundial de computadores não iria confrontar o pensamento hegemônico. O jornalista catarinense, autor de blog independente e de newsletter diária encaminhada a mais de 400 mil assinantes, lembra que a ideia inicial surgiu logo após a análise detalhada da cópia judicial do processo movido pela Justiça de Santa Maria que acusava Yeda de improbidade administrativa.
"Não havia grampo e nem nada que ligasse ao nome de Yeda. Tratava-se de um linchamento político para derrubar a governadora", garante. "Tenho tudo documentado. Tudo está no livro, com os nomes das personagens, as datas e os locais em que tudo aconteceu. Se alguém quiser retrucar, vai ter de buscar provas tão contundentes quanto às apresentadas", comenta.
Sobre a expressão "República de Santa Maria", utilizada por Yeda para se referir às supostas forças conspiratórias que desencadearam a Operação Rodin, Políbio declara: "Santa Maria é um serpentário político do PT, do PP e do PMDB".
A ex-governadora lamenta o fato de Santa Maria ter aparecido negativamente na mídia devido a supostas fraudes. Yeda acredita que houve um momento em que a imprensa trabalhou com a lógica pró-escândalo, embasada em métodos não ortodoxos como o uso de escutas telefônicas.
Para a ex-governadora, esse momento acabou quando o News of the World encerrou suas atividades no passado, justamente por pregar esse tipo de procedimento. "A mídia teve de apresentar nova carta de ética. Infelizmente estava naquela cadeira naquela época. Agora, estamos vivendo mais em paz", esclarece.
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