A extinção da Fundação de Economia e Estatística (FEE), aprovada na madrugada desta quarta-feira pela Assembleia Legislativa, repercutiu entre os mais diversos setores da sociedade. Fundada em 1973, a fundação produz estatísticas e análises socioeconômicas do Estado do Rio Grande do Sul, incluindo cálculos do Produto Interno Bruto (PIB), Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) Idese, exportações, Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) e assessorias ao governo.
A presidente do Conselho Regional de Economia do RS (Corecon-RS), Simone Magalhães, afirmou que a decisão de fechar a fundação, que foi extinta junto a outras sete fundações públicas, foi a demonstração de uma "grande falta de estudo" por parte do governo do Estado, autor do projeto. "Com essa extinção, o governo tem uma perda absurda num momento em que mais precisava desse suporte econômico, desses indicadores", afirma. Sobre a promessa de alívio nas contas públicas com o fechamento da fundação, Simone rebate: ela representa 0,07% do orçamento do Estado. "Os dados que eles produzem não são apenas usados pelo governo, mas por universidades, veículos de imprensa e pesquisadores", aponta a economista.
Para o conselho – órgão de representatividade máxima dos economistas no Estado do Rio Grande do Sul –, a falta de garantias de imparcialidade de uma empresa privada contratada para produzir esses indicadores econômicos também representa um problema. "Em uma empresa privada não há isenção", destaca Simone Magalhães. "Além disso, quanto dinheiro seria necessário para pagar a contratação de uma consultoria para fazer um trabalho que a FEE já realiza? Para o qual já tem inclusive toda uma equipe formada?", questiona a economista.
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