A segunda sessão de votações do pacote de medidas de reestruturação do Estado proposto pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), ontem, em Porto Alegre, foi bastante parecida com a primeira, na segunda-feira, dentro e fora da Assembleia Legislativa.
No lado de fora, assim como na segunda, houve novos confrontos entre manifestantes e policiais do Batalhão de Choque da Brigada Militar; no lado de dentro, mais uma vez a sessão se arrastou. Até o fechamento desta edição, após mais de sete horas, nenhum projeto havia sido votado pelos deputados.
A sessão plenária começou por volta das 15h2Omin. Na segunda-feira, os debates duraram mais de 13 horas. Apenas três projetos, dos 26, foram votados. Ontem, a expectativa de mais uma sessão longa no plenário se confirmou, com discursos da oposição na tribuna a partir da estratégia de retardar as votações.
Na manhã de ontem, servidores seguiram em vigília na Praça da Matriz para acompanhar a ordem do dia.
ORDEM DE VOTAÇÃO
O projeto de lei 256, que prevê a extinção de seis fundações (Zoobotânica, Cientec, FEE, Metroplan, Fundação Piratini e FDRH), era o primeiro previsto para ser apreciado pelos deputados na Assembleia Legislativa.
Em seguida, outros textos que tratam do enxugamento da estrutura estadual estavam previstos para serem analisados.
A escolha pelos projetos mais polêmicos foi possível após acordo fechado em reunião de líderes partidários, realizada no início da tarde.
TENSÃO
A Praça da Matriz foi palco de mais um confronto entre manifestantes contrários às medidas enviadas pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa e Brigada Militar. Os dois grupos se confrontaram na noite de ontem após manifestantes derrubarem alguns dos gradis que impedem a aproximação da Casa. Na ação, uma jovem foi detida.
Para dispersar os manifestantes, a Brigada Militar avançou a cavalaria e fez uso de bombas de gás.
Esse foi o terceiro confronto entre policiais e manifestantes apenas ontem. A garota que foi detida estaria portando coquetéis molotov.
No confronto, um policial militar foi ferido na perna e um cavalo da Brigada Militar também sofreu machucados. Não há informações sobre o estado dos manifestantes.
Os servidores contrário às medidas de Sartori, concentrados em frente à Assembleia Legislativa, ganharam o apoio de integrantes da Frente Brasil Popular, da Frente Povo Sem Medo e da CUT, da CTB e do PCO. Os grupos se reuniram na Esquina Democrática no começo da noite e caminharam até a Praça da Matriz para acompanhar sessão na AL.
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